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terça-feira, 19 de outubro de 2010

COMPRENSÕES SOBRE ORAÇÃO

Porque quem crer ora.

Na Bíblia encontramos várias pessoas orando. Orações aprovadas e reprovadas. Nosso argumento não está revestido na preocupação de elencar definições acerca da oração, por entender que o tema já é objeto de amplas discussões. Queremos sim refletir nossa vida de oração, sobretudo nas dificuldades que enfrentamos para sermos homens e mulheres que oram.

Segundo a Bíblia de Genebra, (p.1201) “a oração é uma parte do nosso relacionamento com Deus. Na oração o povo de Deus experimenta a adoração e louva a Deus, confessa seus pecados, pede perdão, dá graças e faz petição pó si e pelos outros. Na petição ele expressa sua fé e dependência de Deus para todas as coisas”. Se oração responde como relacionamento, a mesma não pode ser via de uma mão só. Ela deve ser compreendida como um diálogo, no qual há interação entre o que fala (ora) e o que escuta.

A Bíblia aponta a oração como algo imprescindível à vida do cristão, no entanto, não é raro recorrermos a ela só nos momentos de dor, fraqueza, angústia e desespero. Parece-me que a gente crê descrendo, pois, se orar nos sustenta e nos agiganta frente às adversidades, por que tanta lentidão e indolência para uma agenda de oração constante?

Se a gente mensurar a vida de oração de um povo pelo número de pessoas que aparece nas reuniões de orações, ficaremos decepcionados.

Em meio aos fracassos da vida homens e mulheres oram, e frente aos males que atormentam a alma humana, tais como tristeza, angustia, depressão, amargura, ódio, solidão, egoísmo, fome, sede, estresse entre outros, encontraríamos muitas razões para orarmos, alguns grupos evangélicos oferecem um diversificado nicho “terapêutico” baseado na oração: “Oração da vitória”, “oração do descarrego”, “oração dos desesperados”, “oração forte”, “oração do monte santo”, “oração da fogueira santa”, “oração de fogo” “oração do corredor de sal” e outros afins. Nesse contexto a súplica se configura como um instrumento que coloca a petição como ponto principal deslocando Deus para o mero posto de despachante de pedidos com a expressa obrigação de responde-los, sendo que a ausência de resposta apontará Deus como injusto.

Tais práticas nos parecem estranhas se comparadas com os apóstolos, homens que andaram com Jesus Cristo, e que nos servem de modelo.

Neste ínterim, destaco aqui, Tiago irmão de Jesus, cuja vida de oração deve ser modelo para a cristandade. Abaixo um fragmento extraído do livro, “Doze Homens, uma Missão”, de Aramis deBarros que faz pontuações referentes a vida de oração do apóstolo Tiago:

“algumas narrativas pós-apostólicas destacam os atributos espirituais de Tiago o Justo especialmente seu zelo ardoroso pela lei e sua notória continência. Sua fidelidade e perseverança na prática da oração e do jejum lhe renderam a alcunha de o homem de joelhos de camelo” (DEBARROS, 2001 p.217).

As palavras acima devem apontar correções em nossa agenda de oração, face o abismo que nos separa do apóstolo Tiago. Esse irmão era tão compromissado com as preces que seus joelhos eram marcados por uma espessa crosta de pele oriunda da prática de orar ajoelhado. Tal procedimento chamou atenção de outro estudioso, Eusébio de Cesaréia, que em seu livro “História Eclesiástica” faz acréscimos às palavras de DeBarros:

“Ele costumava entrar sozinho no templo, sendo com freqüência visto de joelhos, intercedendo para que o povo fosse perdoado, de modo que os seus joelhos ficaram duros como de um camelo por causa das suas súplicas habituais ajoelhando-se diante de Deus” (CESARÈIA, 1999, p.72).

Tal vida de súplica fez de Tiago um homem singular, que os sacerdotes queriam matá-lo. Após interrogá-lo foi sentenciado de morte por apedrejamento. Eusébio diz que Tiago foi apedrejado, “mas virou-se e se ajoelhou dizendo: imploro a ti ó Senhor Deus e pai, que os perdoe” (CESARÈIA, 1999, p.73).

Tiago sim, orava porque cria na oração, talvez a dificuldade em manter uma constante agenda de súplicas repouse numa falta de crença na oração ou numa dureza de coração -marca do homem moderno.


Porque Quem crê faz da oração uma prioridade.


A General Motors, para divulgar seu mais recente lançamento automobilístico, veiculou comercial televisivo cujo tema era o tempo. Nele, está explicito em um jogo de imagens que sentencia importante mensagem: “O tempo é igual para todos, a diferença é o que cada um faz com ele”. A temática é verdadeira e podemos usa-la também em nossa vida Cristã.

Observando a vida moderna das pessoas logo podemos notar que todos têm uma agenda muita cheia. Os afazeres minam o tempo e até ouvimos dizer que o dia está curto. Será verdade ou está faltando organizar melhor as prioridades e conseqüentemente o bom uso do tempo? Se o tempo é igual para todos, a diferença está justamente no uso que fazemos com ele.

Estou certo que precisamos planejar melhor nossas atividades colocando a oração como prioridades absoluta. Sei que isso não é fácil, pois se assim o fosse, não haveria necessidade de Cristo ensinar tal princípio aos seus discípulos.

Neste ínterim algumas perguntas precisam de respostas. Como orar sem cessar (1Ts 5.17)? Como buscar primeiro o reino de Deus? Como vigiar e orar? Tais perguntas se constituem um desafio ao homem durante gerações, no entanto, é possível e, neste aspecto, Tiago é nosso guia. Acho que para ele oração era gozava de prioridade elementar, pois havia aprendido com o Mestre.